As lesões da placa plantar são uma das principais estruturas responsáveis pela estabilização estática e dinâmica da articulação dos dedos menores. Em associação com os ligamentos colaterais verdadeiros e acessórios, que se localizam na face medial e lateral das articulações eles estabilizam a posição dos dedos em todas as direções.
As placas são constituídas por tecido de colágeno, principalmente do tipo I. Ela se inserem firmemente na região plantar das falanges e de forma mais frágil na região do colo metatarsal, sendo mais espessas na região lateral e frágil na zona central.

Imagem com descrição anatômica demonstrando uma foto em corte sagital (de lado), demonstrando as estruturas estabilizadores do dedo.
Como são as lesões da placa plantar?
As lesões da placa plantar podem levar a instabilidade da articulação dos dedos, podendo ocorrer devido a um traumatismo local ou a um processo inflamatório crônico local. Tanto um trauma agudo no local, assim como a sobrecarga crônica no antepé ou um quadro inflamatório podem determinar a lesão dos tecidos locais e o início dos sintomas.
O sintoma mais comum costuma ser a dor sob a cabeça do metatarso na planta do pé. Nos casos em que a sobrecarga crônica é a causa, é comum a presença de calosidades nessa região. O dedo com aplaca lesada pode afastar-se dos dedos vizinhos (aumento do espaço entre os dedos). Inicialmente esse afastamento pode ser sutil, mas podem ir se agravando com o tempo, atingindo o grau máximo da deformidade, conhecido como cross-over toe.

Imagem demonstrando lesão grave da placa plantar do 2 dedo de um paciente com deformidade em cross-over toe.
Outro sintoma que pode estar presente é a perda do contato do dedo afetado com o solo associado a redução da capacidade de preensão e deformidades, como os dedos em garra por exemplo.

Imagem demonstrando lesão da placa plantar do 2 dedo, com paciente apresentando a perda de contato do dedo com o solo e dificuldade de preensão, que pode ser avaliada através do exame físico.
Causas de Lesões da Placa Plantar
- Trauma agudo
- Processo inflamatório crônico
- Sobrecarga crônica (METATARSALGIA)
Como é realizado o seu diagnóstico?
O diagnóstico é clínico! Realizado através da coleta da história completa do paciente e exame físico minucioso. No entanto, para aumentar a precisão diagnóstica e identificar lesões associadas, exames de imagem podem ser solicitados.
Exames laboratoriais, como os de sangue, devem ser realizados especialmente naqueles pacientes que apresentam suspeita de doenças inflamatórias sistêmicas, no intuito de identificar a causa base da lesão, como no caso das artrites autoimunes por exemplo.
Exames de raios x podem demonstrar o desalinhamento das articulações acometidas, e exibir diferentes graus de contato entre os ossos que formam a articulação entre o dedo e o metatarsal.

Imagem de exame de raio X de portador de lesão da placa plantar, demonstrando alteração da fórmula metatarsal e deformidade dos dedos com afecção da placa.
A ressonância magnética é um excelente método para confirmação diagnóstica e graduação da lesão, pois apresentam altos níveis de sensibilidade para detecção da lesão e análise dos diagnósticos diferenciais.

Imagem de ressonância magnética demonstrando a visualização que o exame oferece da placa plantar, permitindo uma análise mais precisa da estrutura e dos diagnósticos diferenciais.
Principais diagnósticos diferenciais:
E o tratamento das Lesões da Placa Plantar?
Nas fases iniciais, em lesões menos extensas, o tratamento conservador, ou seja, aquele sem a necessidade de procedimento cirúrgico, pode ajudar no controle dos sintomas e na cicatrização dos tecidos. Ele deve se basear no tratamento da causa, no uso de bandagens e esparadrapagens e no ajuste de calçados.
A utilização de infiltrações de corticoides não é recomendada, pois podem determinar a rápida degeneração dos tecidos e piora das condições do paciente.
O tratamento cirúrgico torna-se necessário nos pacientes sintomáticos com instabilidade e deformidades estabelecidas. Através dele é o único possível abordar de forma ampla tanto os desvios quanto a instabilidade articular. Existem algumas técnicas possíveis para o tratamento desse tipo de lesão.
A escolha deve ser baseada no tipo de lesão, nas queixas do paciente, da causa base e da familiaridade do cirurgião com a técnica. Essencialmente, o dedo do pé precisa ser realinhado para estabilizar a articulação e a placa plantar também pode ser reparada.

Exemplo de técnica minimamente invasiva para realinhamento dos dedos e tratamento da metatarsalgia através de osteotomias distais nos metatarsos.

Lesões da Placa Plantar | Dr. Rodrigo Macedo
Referências:
www.abtpe.org.br
www.uptodate.com
Surgical technique for the primary repair of lesser MTP plantar plates.
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FAQ
1. Quanto tempo a placa plantar leva para cicatrizar?
Em média um período de 6 a 8 semanas. Por volta dos 3 meses, os pacientes costumam iniciar o retorno das atividades do dia a dia, entretanto, o inchaço e desconforto pode levar até 6 meses para desaparecer.
2. Como saber se lesei a placa plantar?
Os principais sintomas de uma lesão da placa plantar estão associados a dor na planta do pé, a mudança na posição do dedo, que pode ocorrer de forma gradual à medida que a laceração aumenta. Esse desvio pode para o lado ou para cima geralmente.
3. A rotura da placa plantar é grave?
A ruptura da placa plantar é uma condição muito séria. Quando não tratada, a articulação metatarso-falangeana, que conecta o dedo ao pé, pode se tornar completamente luxada, fora do lugar, e, com o tempo, progredir para deformidades e artrose. Isso pode impactar profundamente na realização de atividades esportivas e até mesmo no dia a dia, causando problemas para calçar um sapato, por exemplo.