A unha encravada ou onicocriptose, resulta da penetração da parte lateral ou medial da unha no tecido mole subjacente, ou seja, um pedacinho da unha penetra nas bordas do dedo, criando um canal de comunicação com o meio externo e possibilitando a infecção do local por uma bactéria.
Esse processo, acontece tanto em homens quanto em mulheres, sendo mais prevalente em adultos jovens. O quadro clínico é variável, ocorrendo desse um leve desconforto pela presença da unha encravada até um quadro incapacitante, aonde o processo inflamatório é tão robusto que pode limitar o uso de calçados fechados e até mesmo o andar.
Quais são os principais fatores causais da unha encravada?
- Hereditariedade (Quando os pais também apresentam)
- Lâmina ungueal excessivamente convexa (Unha larga)
- Desproporção entre a largura da placa e o leito ungueal
- Traumas crônicos de repetição
- Uso de sapatos de ponta estreita ou excessivamente apertados
- Corte inadequado de unhas dos pés
Classificação
- Grau I: presença de sinais inflamatórios (vermelhidão, edema leve e dor à compressão da prega ungueal lateral);
- Grau II: quando o a inflamação aumenta com a saída de secreção e infecção secundária;
- Grau III: formação de tecido de granulação e hipertrofia ungueal.
Existem diferentes formas de manejo da unha encravada. Tratamentos não cirúrgicos são recomendados nos graus iniciais (GRAU I), como ajuste das arestas, que são as bordas das unhas, uso de órteses, controle das atividades traumáticas e ajuste da largura da câmara anterior dos calçados.
No entanto, nos caos mais avançados, como nos GRAUS II e III, o tratamento cirúrgico costuma oferecer os melhores resultados.

Pré operatório a esquerda, infeção grau III. A direita, 12 dias pós operatório, com realização da ressecção da unha encravada (cantoplastia) e ajuste da matriz.
A matricectomia cirúrgica associado a cantoplastia, que inclui a ressecção da parte da matriz afetada e da unha encravada, é o procedimento padrão ouro, ou seja, que apresenta maior previsibilidade e bons resultados. Esse procedimento corrige as hipertrofias e realiza a ressecção da matriz na mesma incisão, com baixo índices de recidiva e complicações.
O principal diagnóstico diferencial, ou seja, diagnóstico que pode ser confundido com a unha encravada são os tumores das unhas. Embora possam ser malignos, como os melanomas e carcinomas, a maior parte dos tumores das unhas é formado pelos tumores glômicos, que é uma lesão benigna e ocorre mais comumente nas mãos.
Apesar de benigno, pode provocar muita dor durante o frio ou quando se bate o dedo.
Se você apresenta quadro compatível com ONICOCRIPTOSE ou UNHA ENCRAVADA, procure o seu ortopedista de confiança.
FAQ
1.Quanto tempo demora para curar uma unha encravada?
Quando tratada de maneira adequada, seja cirurgicamente ou não, a melhora costuma ser rápida, em torno de uma a duas semanas.
2. Como desencravar uma unha com pus?
A presença de pús indica que há um processo infeccioso ativo naquele local. Muitas vezes esse abcesso precisa ser completamente drenado. A sua extensão e profundidade, associado ao grau de acometimento da unha encravada que irão determinar o melhor tratamento.
A drenagem local e uso de antibióticos tópicos (pomada) é uma opção nos casos leves, mas não costuma surtir efeito nos casos mais avançados, aonde a cantoplastia associada a antibióticos orais costuma ser a melhor opção.
3. Como saber se a unha desencravou?
A melhora da dor local e do processo inflamatório (calor, vermelhidão e inchaço) são os principais indicativos que o tratamento está evoluindo bem. No entanto o indivíduo deve estar atento às recorrências.
4. Como prevenir a unha encravada?
O cuidado com a unhas é o principal fator. Manter as unhas sempre bem aparadas e lixadas, evitando pontas laterais, e evitar o uso de calçados que mantenham a ponta dos dedos apertadas fazem parte das principais medidas.