A rotura do tendão de aquiles é muito comum e pode ser incapacitante. Atualmente a cirurgia minimamente invasiva é uma ótima opção.
O tendão de aquiles, ou tendão calcâneo, é o mais forte e longo tendão do corpo humano. Formado por fibras tendíneas que tem origem nos músculos da “batata”ou “barriga” da perna, os músculos solear e gastrocnêmio.
As roturas do tendão de aquiles ocorrem mais frequentemente em homens, entre vinte e quarenta anos, sendo mais comum em praticantes de atividades esportivas recreativas e profissionais, principalmente em esportes que realizam movimentos de aceleração e desaceleração, tais como futebol, basquete e tênis.
É o tendão mais comumente lesado da extremidade inferior, com ocorrência média de 18 casos por cada 100 mil indivíduos. Um fator risco importante são as tendinites do tendão de aquiles, que pode se manifestar através de dores na região do tornozelo.

Imagem demonstrando contração da musculatura e tensão no tendão calcâneo (seta azul) durante caminhada.
Como o tendão de aquiles rompe?
Os mecanismos envolvidos na rotura do tendão estão relacionados à impulsão com a parte da frente do pé ou dorsiflexão súbita e inesperada do tornozelo ou através de golpe direto ao tendão contraído.
Normalmente o paciente refere uma sensação de “pedrada” na região posterior da perna. Por esse motive, a rotura aguda do tendão calcâneo também é conhecida como síndrome da pedrada.
A lesão é incapacitante, pois a perda da força de flexão plantar pode limitar a capacidade do indivíduo de andar e realizar atividades. Em atletas, essa lesão costuma ser devastadora, pois pode abreviar a carreira ou não permitir um retorno em alto desempenho.
Estudos recentes, realizados entre atletas da principal liga de basquete nos estados unidos, a NBA, demomstra que essa lesão geralmente é acompanhada da perda de força e produtividade dos jogadores, com raras exceções. Inclusive estes atletas muitas vezes modificam seu estilo de jogo após a lesão.
Como saber se o tendão rompeu?
O exame físico é quem define a rotura total ou parcial (bem mais rara) do tendão. Os testes como o de Thompson e Matles, são manobras manuais realizadas pelo ortopedista que podem verificar a continuidade ou não do tendão.
A ultrassonografia é um exame que pode confundir a rotura total com a parcial pela presence do hematoma local, mas funciona bem em mãos experientes. Já a ressonância magnética, além de definir o local exato da lesão, consegue determinar se o tendão já apresentava algum grau de degeneração prévio (back link interno tendinopatias do tendao de aquiles).

Imagens demonstrando a esquerda, perda da posição natural do pé após lesão do tendão calcâneo. A direita a posição fisiológica.
Tipos de Tratamento para Rotura do Tendão
Existem diferentes formas de tratamento e não há consenso na literatura sobre a melhor forma, por esse motivo, diversos protocolos de tratamento conservador e diferentes técnicas cirúrgicas já foram descritas para esse tipo de lesão.
- Conservador
- Cirúrgico
- Técnica Aberta (Convencional)
- Técnica Minimanete Invasiva
O tratamento conservador pode apresentar bons resultados, mas devido a maior chance de nova rotura e menor capacidade fucional quando comparado ao método cirúrgico, fica reservado para pacientes com alto risco cirúrgico e menor demanda.
As técnicas cirúrgicas abertas, são aquelas em que um grande corte na pele é realizado para haver exposição e reparo direto do tendão através de suturas. Essa técnica mostra baixas taxas de nova rotura, porém as complicações cutâneas, apesar de raras, podem ser catastróficas.
Este fato está relacionado ao fato dessa região possuir pouco tecido celular subcutâneo, sendo suscetível a maiores taxas de deiscência (demora cicatrizer), infecções e tempo mais longo de cicatrização.
No intuito de diminuir essas possíveis complicações, técnicas minimamente invasivas foram desenvolvidas, e têm ganhado espaço no arsenal terapêutico dos cirurgiões de tornozelo e pé.

Imagens das diferentes técnicas cirúrgicas. À esquerda cirurgia pela técnica convencional, com uma grande incisão posterior. À direita um paciente tratado através da técnica minimamente invasiva, com uma pequena incisão proximal à lesão.
E a reabilitação de uma Rotura do Tendão?
A reabilitação é um passo fundamental no tratamento desses pacientes. O tratamento funcional, com carga e mobilidade precoce já demonstrou trazer resultados superiores em relação à imobilização prolongada. Por esse motivo, fazer o paciente andar e mobilizar o mais rápido possível também deve ser um dos objetivos do tratamento.

Imagens demonstrando a reabilitação. A esquerda, o paciente pisando precocemente com a bota ortopédica. A esquerda, superiormente, treinando a mobilidade e inferiormente treinando a musculatura da coxa.
Independente da opção a ser escolhida, o quanto antes o tratamento for iniciado melhores tendem a ser os resultados. Negligenciar uma lesão tendínea ou adiar por um período prolongado o início da terapia pode mudar drasticamente as opções e resultados funcionais.
Na minha experiência pessoal, faço parte do grupo que desenvolveu o instrumental para realização da cirurgia minimamente invasiva no Brasil. Já operamos dezenas de pacientes com essa técnica, apresentando excelentes resultados em atletas e não atletas.
Se você lesou o seu tendão calcâneo, procure imediatamente o seu ESPECIALISTA EM TORNOZELO E PÉ de CONFIANÇA.
FAQ
1. Quanto tempo leva para curar um tendão?
As roturas dos tendões levam em média entre 6 a 12 semanas para completar a cicatrização. O tipo de sutura e reabilitação podem influenciar muito nesse tempo.
2. Como saber se o tendão está rompido?
O sinal de estalido local, sinal da pedrada, associado a dificuldade ou impossibilidade para caminhar, com perda da função de flexão plantar são os fatores determinantes para o diagnóstico. Exames de imagem, como ultrassonografia e principalmente a ressonância, podem ajudar no diagnóstico.
3. O que acontece se romper o aquiles?
A rotura do tendão limita a capacidade de andar do indivíduo. Por esse motivo é tão importante sua identificação e tratamento o mais precice possível.
4. Como tratar a rotura do tendão de aquiles?
Existem duas maneiras principais de tratar a rotura aguda do tendão de aquiles. A primeira é a conservadora, sem cirurgia, através de imobilização e reabilitação funcional. Apesar de reduzir os riscos cirúrgicos existe uma chance maior de nova rotura e pior resultado funcional, quando comparado com o método cirúrgico. A outra forma é a cirúrgica. Esse procedimento melhora os resultados funcionais e diminui o risco de nova rotura. Dentre as técnicas cirúrgicas, existem a técnica aberta convencional e a minimante invasiva.